
Então vamos às regras Básicas:
1 – Saúde : básica para qualquer que sejam nossos objetivos de qualidades;
2 – Integridade física : Os fundadores deverão ser férteis, íntegros, sãos. Sem penas defeituosas, bico torto, asas caídas, pés tortos, etc...(não devem ser considerados os defeitos adquiridos por acidentes);
3 - Seleção rigorosa do Fundador com Excepcionais qualidades de canto (repetição) ou fibra;
4 – Vivacidade, Disposição, Alegria, Constância, etc.
5 – Nas Fêmeas Iniciais, além das qualidades acima (onde seja possível enquadra-las) devem ser avaliadas a capacidade de produção (número de ovos por ninhada) e qualidades maternas (choco, alimentação dos filhotes, etc.)
6 – O Macho Inicial deverá ser o melhor que se possa adquirir. Algumas coisas poderão ser melhoradas durante o processo de seleção, mas o plantel será basicamente cópia desse Macho Inicial.
7 – Evite um número muito grande de fêmeas. Importante considerar o tempo disponível.
8 – É indispensável uma seleção rigorosa dos produtos obtidos com a eliminação drástica dos que apresentarem defeitos, taras, doenças, etc. (mesmo que consideradas “menores”) Lembre-se: Defeitos também são transmitidos por via hereditária.
9 – Ter semprepresente o Objetivo a ser atingido. Não espere sucessos imediatos.
10 – A Formação de uma Nova Linhagem de Alta Performance exige Paciência e Perseverança. Os resultados compensarão o tempo despendido com a apresentação de um plantel onde a totalidade ou grande maioria apresentam as mesmas características.
11 – Tenha sempre presente seu Livro de Registro Genealógico. Todos os passos devem ser registrados.
12 – Após o terceiro cruzamento, os avanços são aparentemente pequenos, caso tenha dúvidas, não se acanhe em pedir ajuda a um amigo ou criador dotado de notória competência e sensibilidade, para ajuda-lo a selecionar os pássaros que continuarão no processo de formação do Reprodutor.
13 – É importante estabelecer o limite de “chocadas” para cada fêmea. Um número ótimo seria 3 por temporada. A partir daí a mãe pode estar enfraquecida pelo desgaste e fadiga e poderá produzir filhos fracos. É de se considerar também que esses filhotes (fêmeas), nascidas no início da temporada, poderão estar aptas à procriação na temporada seguinte. Nosso objetivo é Formar uma Linhagem e não obter um número ilimitado de filhotes.
14 – Todos os criadores já observaram que em ninhadas de 3 ou 4 filhotes, quase sempre encontra-se um que cresce mais rapidamente. Identifique esse filhote. Ainda existem fatores que não conseguimos traduzir ou encontrar explicações e esse privilegiado poderá ser o nosso “diferencial”. A primeira seleção começa no ninho.
15 – O Selecionador que tenha dúvidas de suas qualidades como criador, deverá buscar sua capacitação e atualização junto a outros consagrados criadores e especialmente ser assessorado por um veterinário competente. De nada adiantará todo um trabalho de seleção se não acompanhado por igual cuidados sanitários, alimentares e de higiene.
“Somente com a consangüinidade é possível obterem-se linhagens de alta genealogia, que produzem a cada ano campeões e raçadores e o melhoramento é crescente no tempo”.
"A consangüinidade não é nada mais que um meio para se fazer evidenciar os caracteres – positivos e negativos – na posse de um determinado patrimônio hereditário de um indivíduo”
Giorgio di Baseggio renomado selecionador de canários de cor e autor de diversos trabalhos sobre seleção de pássaros.
O PROGRAMA:
Estabelecido o Macho Inicial ou Macho Fundador, deverá ser acasalado com pelo menos 3 (três) Fêmeas Iniciais. Então teremos:
- Primeiro Cruzamento:
Macho Inicial x Fêmea Inicial = F1 = 1/2
Sangue ou ainda 50% dos genes do Macho e 50% dos genes da Fêmea.
- Segundo Cruzamento:
Macho Inicial x Fêmea F1 = F2 = 3/4
Sangue ou ainda 75% dos genes do Macho e 25% dos genes da Fêmea.
- Terceiro Cruzamento:
Macho Inicial x Fêmea F2 = F3 = 7/8
Sangue ou ainda 87,5% dos genes do Macho e 12,5% dos genes da Fêmea.
- Quarto Cruzamento:
Macho Inicial x Fêmea F3 = F4 = 15/16
Sangue ou ainda 93,75% dos genes do Macho e 6,25% dos genes da Fêmea.
- Quinto Cruzamento:
Macho Inicial x Fêmea F4 = F5 = 31/32
Sangue ou ainda 96,875% dos genes do Macho e 3,125% dos genes da Fêmea.
ESQUEMA DE CRUZAMENTO ABSORVENTE:
CONSIDERAÇÕES:
1 - No Quinto Cruzamento, o produto 31/32 de sangue do Macho Inicial,
já é considerado puro por cruza. Praticamente Homozigótico, é o
Reprodutor que queremos para a Formação de nosso Plantel.
2 – Até esse cruzamento é considerado seguro ou com pequenos riscos.
3 – Pode ser tentado mais um cruzamento, ou seja, o Sexto Cruzamento desta Linha Direta, o F6 = 63/64 de sangue do Macho Inicial, porém deve ser considerado se compensa: a) um aumento de possibilidade de riscos (diminuição de tamanho, saúde, taras, etc.);b) ganho de apenas mais 1,5625% a mais de sangue do Macho Inicial.
Nota-1:
Alguns autores entendem que o produto F4, que detém 15/16 de sangue do Macho Inicial já é considerado Puro por Cruza, enquanto que outros entendem ser o F6 (63/64 de sangue do Macho Inicial), outros vão muito além e exigem um F10 (1023/1024).
Nota-2:
Muito embora esse esquema e programa tenha privilegiado o macho, pode também ser feito a partir da Fêmea, porém mais difícil (um macho pode fertilizar várias fêmeas por temporada) e de maior risco (entre dois filhos – irmãos de ninho – haverá um longo tempo de espera de definições para eleger qual dos irmãos será o padreador) e no caso da perda súbita da fêmea ou à sua inaptidão temporária para a procriação o programa estará paralisado.
Nota-3:
Não cometa o erro de vender os melhores pássaros. Vendidos os melhores interrompe-se o processo. Mantenha no plantel sempre os melhores: Você está em processo de Formação de uma Nova Linhagem.
Nota-4:
“O poder do “Raçador” é transmissível apenas naquelas qualidades e características concernentes à dominância” Stéphane Vansteelant – fonte revista Brasil Ornitológico
Nota-5:
“Os genes variam de tamanho, desde algumas centenas até dois milhões de pares de bases de ADN; são os responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários, como a cor dos olhos, tipo de pêlo, orelhas, temperamento, canto, displasias, etc. Na realidade, os genes são a entidade funcional da informação”.(José Carlos Pereira–Passarinheiro e pesquisador-Cruzeiro-SP) Parabéns! Até aqui você trabalhou num programa que objetivou a obtenção do Macho. A partir de agora ele passa a chamar-se Reprodutor. Será praticamente um clone do Macho Inicial que graças a homozigose será de "linhagem pura" para os caracteres selecionados, ou seja, conseguirá passar suas excepcionais qualidades nos futuros cruzamentos. Esse Raçador será o “Chefe do Plantel”. Por Raçador entende-se o pássaro nascido de acasalamentos previamente estabelecidos e cuidadosamente selecionado, que acumula valores raciais dominantes para determinados caracteres, capaz de transmitir e imprimir suas excelentes características a seus filhos.Mas, quais serão esses futuros cruzamentos que manterão a qualidade e a homogeneidade do plantel???No processo de formação deste Reprodutor, estaremos formando também um excelente plantel.
2 – Até esse cruzamento é considerado seguro ou com pequenos riscos.
3 – Pode ser tentado mais um cruzamento, ou seja, o Sexto Cruzamento desta Linha Direta, o F6 = 63/64 de sangue do Macho Inicial, porém deve ser considerado se compensa: a) um aumento de possibilidade de riscos (diminuição de tamanho, saúde, taras, etc.);b) ganho de apenas mais 1,5625% a mais de sangue do Macho Inicial.
Nota-1:
Alguns autores entendem que o produto F4, que detém 15/16 de sangue do Macho Inicial já é considerado Puro por Cruza, enquanto que outros entendem ser o F6 (63/64 de sangue do Macho Inicial), outros vão muito além e exigem um F10 (1023/1024).
Nota-2:
Muito embora esse esquema e programa tenha privilegiado o macho, pode também ser feito a partir da Fêmea, porém mais difícil (um macho pode fertilizar várias fêmeas por temporada) e de maior risco (entre dois filhos – irmãos de ninho – haverá um longo tempo de espera de definições para eleger qual dos irmãos será o padreador) e no caso da perda súbita da fêmea ou à sua inaptidão temporária para a procriação o programa estará paralisado.
Nota-3:
Não cometa o erro de vender os melhores pássaros. Vendidos os melhores interrompe-se o processo. Mantenha no plantel sempre os melhores: Você está em processo de Formação de uma Nova Linhagem.
Nota-4:
“O poder do “Raçador” é transmissível apenas naquelas qualidades e características concernentes à dominância” Stéphane Vansteelant – fonte revista Brasil Ornitológico
Nota-5:
“Os genes variam de tamanho, desde algumas centenas até dois milhões de pares de bases de ADN; são os responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários, como a cor dos olhos, tipo de pêlo, orelhas, temperamento, canto, displasias, etc. Na realidade, os genes são a entidade funcional da informação”.(José Carlos Pereira–Passarinheiro e pesquisador-Cruzeiro-SP) Parabéns! Até aqui você trabalhou num programa que objetivou a obtenção do Macho. A partir de agora ele passa a chamar-se Reprodutor. Será praticamente um clone do Macho Inicial que graças a homozigose será de "linhagem pura" para os caracteres selecionados, ou seja, conseguirá passar suas excepcionais qualidades nos futuros cruzamentos. Esse Raçador será o “Chefe do Plantel”. Por Raçador entende-se o pássaro nascido de acasalamentos previamente estabelecidos e cuidadosamente selecionado, que acumula valores raciais dominantes para determinados caracteres, capaz de transmitir e imprimir suas excelentes características a seus filhos.Mas, quais serão esses futuros cruzamentos que manterão a qualidade e a homogeneidade do plantel???No processo de formação deste Reprodutor, estaremos formando também um excelente plantel.
Analisemos: 1 – Por que 3 (três) Fêmeas Iniciais ???
a) Porque com pelo menos 3 fêmeas teremos condições de conseguirmos pelo menos 4 Fêmeas F1; o ideal, para segurança de execução do programa.
b) Após conseguidas as 4 (quatro) Fêmeas F1, as Fêmeas Iniciais poderão ser descartadas, ou conduzidas para outro programa, pois as F1 já passam a fazer parte de nosso programa de seleção;
c) Os machos F1, podem ser descartados ou utilizados em outro programa.
2 – Após a obtenção de pelo menos 4 (quatro) Fêmeas F2, as fêmeas F1 serão destinadas temporariamente para outro programa pois elas serão utilizadas para a produção do produto 5/8 (para a obtenção deste produto, poderá ser utilizado um dos primeiros machos F1, desde que tenha demonstrado excepcionais qualidades). Obs.: Estudos em bovinos, comprovam que o produto que tenha 5/8 de sangue do Reprodutor Inicial, conseguem manter a homogeneidade de tipo e de qualidades. Ex.: Santa Gertrudes (5/8 Shorton + 3/8 Nelore); Pitangueiras (5/8 Red Polled + 3/8 Guzerá); Brangus( 5/8 Aberdeen + 3/8 Nelore); Canchim (5/8 Charolês + 3/8 Nelore); etc.
3 - Como formar o 5/8???O melhor Macho F2 (3/4) cruzado com a melhor Fêmea F1 (1/2) ou vice versa = 3/4 + 2/4 = 5/8
4 – Após conseguida a reprodução de pelo menos 4 fêmeas F3, os produtos F2 não utilizados na formação do 5/8 poderão ser descartados destinadas a outro programa.
5 – A partir do momento da obtenção do produto F3, o criador deverá redobrar a atenção e avaliação, pois todos os produtos já estarão ou deverão estar muito acima da média. A partir da obtenção do F2, poderá ser observado a semelhança entre os indivíduos. O curioso é que eventualmente os machos F2 (3/4) podem ser inferiores ou praticamente iguais aos F1 (1/2), tal fato explica-se pelo choque de sangue do cruzamento inicial, porém os F3, começarão a apresentar a homogeneidade no Genótipo.
6 – A partir da obtenção de 4 (quatro) fêmeas F4, as fêmeas F1 e F2, estarão praticamente descartadas ou destinadas a outro programa.
7 – Se, nesta etapa, por fatalidade, faltar o Macho Inicial, um de seus filhos F4 (o de melhor desempenho dentro da ótica de nosso objetivo) que já é 15/16 ou ainda detentor de 93,75% de sangue do Macho Inicial, poderá substituí-lo. Não cruzando com sua irmã de ninho, mas com as fêmeas 5/8, cujo produto será 20/24 ou 83,33% de sangue do Macho Inicial.
8 – Devem ser evitados os cruzamentos entre irmãos próprios F1 ou F2. 9 – Sobre a possibilidade e resultados do cruzamento do F5 de uma seleção com outro F5 de outra seleção não aparentado, transcrevemos:
“De outro modo o autor tem constatado que se acasalando duas aves, ambas criadas em consangüinidade, porém provenientes de dois criadouros diferentes, nos filhos explode a vitalidade, a fertilidade, o vigor em altos níveis. Isto, sempre, se não existirem genes incompatíveis entre a duas cepas consangüíneas. A mencionada explosão de vitalidade é devida essencialmente ao fato de que as duas aves provenham ambas de linhagens selecionadas em consangüinidade há anos, nos quais muitas taras hereditárias e muitos defeitos (esterilidade, plumagem disforme, posições erradas etc.) foram sendo descartadas, sem piedade” . Giorgio de Baseggio - Bolonha, julho 1987 criador de canários de cor 24 anos de estudos sobre a consangüinidade - transcrito de AO - Atualidades Ornitológicas
CONCLUSÃO:
O esquema aqui apresentado, propositadamente em curtos tópicos, de forma simples, tem por finalidade fazer ver ao criador de passeriformes canoros nativos que o processo seletivo por consangüinidade em linha direta é acessível a todos e nosso objetivo maior é despertar a curiosidade por maiores conhecimentos neste segmento. O principal é que a partir de agora, a Criação de Passeriformes Canoros Nativos, entra em nova e importante fase, a SELEÇÃO.
Fonte: Gilson Barbosa Ferreira
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